Já contamos algumas vezes a história de como iniciamos este projeto de extensão em divulgação científica algumas vezes. A ideia surgiu há mais de 5 anos de forma bem despretenciosa e experimental. Simplesmente notamos que havia uma lacuna importante de conteúdos de BIoinformática, especialmente em língua portuguesa no YouTube. Na verdade, alguns anos depois ainda considero que essa lacuna ainda permaneça. Há muito espaço para conteúdos pouco abordados relacionados a Bioinformática e ainda uma demanda por pessoas interessadas.
O que queremos discutir neste artigo de hoje é como estamos buscando nos aperfeçoar para realizar cada vez mais essa atuação. Não sei se vocês já notaram mas alguns editais de projetos de agências de fomento como CNPq e FAPEMIG já tem exigido a produção de um PITCH ou outro tipo de conteúdo de divulgação científica como produto do projeto de pesquisa. De fato, concordamos que é importante que a sociedade receba de volta um pouco de informação sobre o que é desenvolvido na academia e centros de pesquisa com recursos públicos.
Em 2019, participei do 4o. Encontro Nacional dos Membros Afiliados da Academia Brasileira de Ciências cujo tema principal foi a divulgação científica. Já comentei algumas vezes que esse evento foi um divisor de águas na minha decisão sobre dedicar um pouco mais de tempo e decidir profissionalizar essa atividade comunicação científica. Tenho um vídeo sobre o evento no canal do YouTube.
Após esse período, conheci a Especialização em Comunicação Pública da Ciência, conhecida como Amerek, da UFMG. O modo remoto de ensino durante a pandemia me permitiu cursar 3 disciplinas do curso:
- Divulgação científica: modos, modelos, linguagens e práticas do Prof. Yurij Castelfranchi
- Ciência, tecnologia, política e sociedade do Prof. Yurij Castelfranchi
- Oficina: videoblogs, YouTube e a ciência em vídeo com as Professoras Virgínia Mota e Camila Laranjeira, criadores do canal PeixeBabel.
2021 foi assim um ano de busca de conhecimento e embasamento acadêmico para o nosso projeto. Para os interessados em tornar a divulgação da ciência recomendo fortemente cursar uma especialização como o Amerek.
Agora em 2022, estou inscrita em um outro curso (online) / mentoria sobre divulgação científica nas horas vagas. Ainda estou no comecinho mas posso contar mais detalhes após concluir, se tiverem interesse.
Gostaria de finalizar este texto com alguns dos principais aprendizados que tive até o momento. Em primeiro lugar, é nossa responsabilidade como cientistas contribuir de alguma forma para que o conhecimento produzido chegue à sociedade. As pessoas precisam poder tomar boas decisões embasadas pelo conhecimento científico, e nós cientistas podemos ajudar nisso. É claro que nem todo cientista atuará diretamente em divulgação científica. Ele pode atuar em parceria com diulgadores e / ou jornalistas científicos. Ainda, há diversas formas de comunicar ciência: em vídeo, em textos de jornais, revistas, blogs, redes sociais. Mesmo aqueles que não tem tanto tempo ou vontade de se expor podem fazê-lo se estiverem dispostos. Mas requer um bom nível de esforço e treinamento. É preciso interesse em conhecer o público, se aproximar e ouví-lo. O modelo de divulgação científica conhecido como modelo de déficit em que o divulgador simplifica o conteúdo para que um leigo entenda, que acredita que a divulgação da ciência “traz luz para a escuridão” já está há muito tempo ultrapassado. Se realmente queremos ser úteis de alguma forma na divulgação da ciência, precisamos trazer o cidadão comum para a ciência, entender o que ele já sabe e o que quer saber, permitir que ele faça parte da divulgação de fato. Não é uma tarefa simples. Entretanto, quanto mais eu busco me engajar na divulgação, mais feedback positivo recebo e mais sou atraída para aprender e fazer.
Deixe seu comentário sobre suas experiências e interesses sobre a comunicação científica. Estamos sempre abertos a parcerias também.